João Ataíde Santana[1]

Só para refletir, tendo como base um documento histórico de Pierre – Joseph Proudhon, 1840.
            Aprendemos muito com os documentos históricos, muito das atitudes de ontem, são atitudes dos dias de hoje, a receita pode ser a mesma, a emancipação das classes a margem de tudo.
            Amigos e irmãos quilombolas, na proporção em que a sociedade se torna esclarecida, diminui a autoridade (real) (...) aos poucos, a experiência produz hábitos, que se desenvolveram em costumes. Então os costumes são formulados em conceitos, enunciados em princípios, em suma, transformados em leis que o próprio rei, a lei viva terá de obedecer. Vem o tempo em que os costumes e as leis são tão numerosas que a vontade do “príncipe”, por assim dizer, é submetida à vontade pública. E ao toma a carona o príncipe é obrigado a jurar que governará conforme os costumes e os usos estabelecidos; que ele é o poder executivo de uma sociedade onde as leis são feitas independente dele.
            Laissez Faire, Laissez Passez, Le monde va de Lui-même (deixa estar, deixe passar, o mundo caminha por si), não, não devemos e nem podemos, como negros quilombolas emancipados e imponderados deixar o mundo caminhar por si só, elegemos nossos representantes, queremos ascensão coletiva por meio do voto, o príncipe compra, o príncipe avança não esqueçamos, que temos a maioria, somos a maioria. Dessa forma, caminhamos a passos longos pela autonomia de nossa liberdade, mostramos como a história se repete, a cidadania em Atenas, onde era dada a oportunidade de participação políticas a todos os que pertenciam a categoria de “cidadão” tal qual as concepções vigentes na França moderna a (cidadania).
ideia de cidadania foi construída ao longo do tempo, historia em diferentes épocas e sociedades, em razão dos embates entre indivíduos, grupos, classes e instituições que compõem o corpo social, então, somos quilombolas, somos cidadãos, temos e somos os donos dos nossos destinos, fazemos parte e estamos no centro da discussão, não chegaremos a lugar algum se estivemos isolados.
            Por fim, digo que o único caminho para essa tal liberdade é o nós, por nós mesmos, negros intelectuais de todo lugar uni-vos, uni-vos e, adentremos os quilombos do Brasil, não como capitães do mato, sim como zumbi, como Abdias nascimento, como Oliveira Oliveira, não entremos como massa de manobra, sim como esclarecedores e formadores de nosso povo quilombola.



[1] Licenciado Pleno em História pela Universidade Vale do Acaraú, ano 2010; Especialista em História e Cultura afro-brasileira e Indígena pela Faculdade Atual ANO 2012.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

UM DIA 16/06 E OUTRO NO DIA 16/7, EXATOS UM MÊS ACORDAMOS COM A NOTÍCIA DO MESMO FATO: A MORTE DE UM JOVEM PROMISSOR.

No Amapá, Deputada foi vítima de intolerância religiosa e preconceito racial

A PRESENÇA NEGRA NO AMAPÁ E A QUESTÃO ABOLICIONISTA