DIALÉTICA DO TAMBOR
foto joão Ataíde |
Muitos
ainda se perguntam porque do Encontro dos Tambores? Para
muitos é só se reunir, bebedeira, dançar, cantar, soltar foguetes;
infelizmente muitos ainda pensam assim e não os culpo de forma
alguma, pois é isso que a grande maioria pensa e deixa transparecer.
De
inicio os negros que foram submetidos a escravidão, após a
transmigração forçada, foram divididos de forma proposital; pois
dividir os iguais e juntar os diferentes fazia parte da estrategia do
colonizador, mesmo dentro do tumbeiro esse (negro) já tentava a
comunicação, quando é obrigado a dançar e cantar para
desentorpecer o “BANZO”: os olhares, os cantos se alinham pela
primeira vez, pois só uma coisa poderia ser feito no momento
degradante a UNIÃO.
Dessa
forma, na metade do seculo XIX, devido a vários experimentos, sem
falar dos quilombos, retrato o negro que vive com os pés na CASA
GRANDE e outro nas senzalas, os quilombos que nesse momento já se
ver como a “dialética da resistência” escrava por todo
Brasil, ponto das grandes articulações –, sendo a capitania
de Salvador com uma população de 400 mil pessoas, um terço era de
pessoas submetidas a escravidão – falo nesse texto de escravo pois
eles foram fundamentais no que estou relatando sobre a “dialética
do Tambor”, - canto e dança.
Os
batuques e danças serviam para “ajuntar”as etnias no entorno da
complexa sociedade escravocrata e isso representou a resistência
tradicional, isso em 1792, numa sociedade escravocrata surgiram uma
serie de revoltas, onde foram feitas as articulações? Isso mesmo
nas rodas desses batuques, nos terreiros nas conversas de pretos
quitandeiros.
É
para isso que o ENCONTRO DOS TAMBORES existe, um momento de
visibilidade das demandas sociais, pois mesmo distante da realidade
do século XIX, a dificuldade ainda é a mesma, talvez deixamos e
perdemos a capacidade da “dialética do tambor” pensada pelos
nossos ancestrais.
Por
João Ataíde
referencias:
LIBERDADE POR UM FIO: HISTORIA DOS QUILOMBOS...BRASIL
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